' Eu eu gostei tanto que repitimos a dose varias vezes.
Até que o tempo, não sei porque fez isso jogou me longe do teu lado e ficamos quase que 1 mes sem se falar, sem nos ver e no dia 22 de maio eu mandei pra ele um trecho do livro da Fernanda Young que dizia: " Fiquei triste, num momento voce estava aqui no outro ja nao estava...pra onde foi aquilo tudo? Que tinhamos tão seguro, tão certos de sua eternidade. Pra onde foi heim? Tento identificar quando o que tinhamos se perdeu, mas nem sei se o perdemos juntos ou se juntos ja nao estamos. Me desespera saber que um amor um dia desses tao grande, possa ter desaparecido com tanta facilidade. Se um amor como aquele acaba dessa maneira, vale a pena encontrar um outro? Sera inteligente apostar tanto de novo? Aposto que voce esta pouco se lixando para isso tudo, que seguiu sua vida tranquilamente como se nada de tao importante tivesse ocorrido. Deixando este testamento de dor onde me reconheço fraca e irremediavel, porque ainda gostaria de poder acreditar que voce nadaria de volta pra mim." E no outro dia ele me mandou uma mensagem que dizia que ele apenas tinha sumido, que estava trabalhando demais, preferi nao dar importancia a mensagem, portanto nao respondi.
Eu tava irritada com esse desaparecimento do nada e preferi me calar, até que no outro dia ele me manda outra mensagem dizendo: " poxa nem respondeu minha mensagem". Como eu fiquei feliz quando li aquilo, senti que ele se importava com alguma coisa pelo menos e que eu em algum momento fiz com que ele lembrasse de mim. Ele comentou com a Maria sobre isso e dizia para ela que nao estava legal, que sabia que estava errando, coisas do Ricardo, ele tinha mania disso, sempre se culpando, ta sempre errado, prefere assumir essa posição do que dizer apenas não ou a verdade das coisas. Até que em um dia de festa aqui em casa, eu resolvi ir na casa da Maria, não tava legal e o barulho daqui me encomodava muito, quando entrei na casa da Maria dei de cara com o Ricardo sentado, levei um susto, meu coraçao desparou, eu nao sabia o que falar muito menos como me comportar, ele me deu um abraço forte, gostoso, me pediu desculpas e eu entrei... Fiquei no quartinho até ele ir embora e antes dele ir, ele foi se despedir de mim, me abraçou de novo, olhou nos meus olhos e me disse que me ligava pra gente sair, ja que a gente precisava conversar. Me senti uma idiota porque meus olhos enxeram de lagrimas e eu fiquei feliz da vida, mas querendo parecer que tudo era muito natural, afinal eu era conhecida como a Frigorifico, a que menos se importava com o amor, a que menos sofria por alguem, a que menos se entregava a alguem, mas o que eu tava sentindo na verdade era tudo diferente, eu tava sim me tornando um ser humano normal, os contemporaneos eternos apaixonados, que com meias mentiras se deliciavam e juravam amor eterno. Estaria eu me apaixonando? Estaria eu amando a primeira vez? Eu até hoje nao sei e o Ricardo sumiu de novo.
Aquilo me matava por dentro mas ficava por dentro também, tava na minha cara eu sei, mas aguentei quieta, algumas vezes eu nao aguentava e falava pra Maria. Resolvi esquecer o Ricardo, tava pouco me importando para o que iria acontecer, mentira claro.
Nos falamos algumas vezes e marcamos pra uma semana depois e ai que o bicho pegou. Era um sabado quando nos falamos pelo msn e marcamos de nos encontrar no outro final de semana, ainda comentei com ele que iria a uma festa com a Maria no domingo e que se ele fosse nos esbariamos por la, antes isso nao tivesse acontecido. Chegamos na festa e demos de cara com ele e a tal namorada, que a Maria minutos antes resolveu me conta que no dia que ele esteve na casa dela, ele voltou pra contar o porque havia ido la, e o motivo? O motivo era esse, contar a Maria que estava namorando, minha cara foi no chão, eu queria falar mil coisas na cara dele e ao mesmo tempo nao queria falar nada, na verdade eu queria entender porque ele nao me contou, o porque ele me omitiiu isso tudo e quando vi com os meus proprios olhos os dois juntos putz... mas o engraçado que meu choque foi tanto que eu nao tive reaçao alguma, curti a festa do mesmo jeito, da minha maneira, paciencia né. Seria muito se ele nao tivesse a cara de pau de vim falar comigo depois, como eu gostei, ele levou a tal namorada em casa e voltou para festa, ela morava em outra cidade e ele nem teve o trabalho de levar ela até lá, coisa de 40 minutos daqui, simplesmente levo -a no ponto de onibus e eu fiquei rezando pra gente nao se esbarar mas nao teve jeito, quando saimos acabamos pegando o mesmo onibus e ele ficou desconcertado, nao sabia se me olhava, se falava comigo e quando ele veio falar a gente se olhou e eu sai andando. Como me senti mal naquela volta para casa que nao tinha fim, como eu me sentia enganada e me perguntava o tempo inteiro o porque daquilo tudo, mas fui quieta ate em casa e quando cheguei aqui chorei a noite toda, o que mais me dava raiva era o fato de saber que eu nao era assim e tava me tornando uma pessoa idota que pagava paixao pra outro idota e dai pra frente as coisas ficaram muito pior, eu nao perdoava ele por nada e ele conversa com a Maria sempre, dizia para ela que nao tava bem, que sabia que tinha errado, que nao imaginava que ele fosse conseguir fazer mal a quem ele dizia ser o porto seguro dele, eu ficava feliz até quando ouvia isso, mas depois lembrava da loira e me dava odiooo. Falei com ele uma vez no telefone, a minha saudade era demais e eu precisava ouvir a voz dele, no dia ele nao podia me atender entao me ligou no outro e eu nao tive coragem de falar o que eu queria, que raiva.
Passou um tempo, eu ja tava melhor posso dizer assim, coloquei na minha cabeça que nao era pra ser mesmo e que eu tinha mesmo era que ficar sozinha, isso nunca tinha me encomodado e nao podia me encomodar agora, até que no dia 22 de junho, era um domingo resolvemos ir ao Back Yard, sempre o Back, o Sem Limite ia tocar e eu tava louca pra dançar a noite inteira, tinha comentado com aMaria que nada naquela noite ia me irritar, nem se o Ricardo aparecesse por lá e quando eu entro no back, a primeira pessoa que eu vejo é o Ricardo, que abraçou ele me deu, forte, afetivo, com um beijo no cantinho da boca, que saudade eu tava e pra onde foi toda a minha vontade de matar ele? Vai saber... Não falei nada, adorei ver ele ali sem a loira, como eu gostei... Fiz de tudo pra nao ficar encarando ele, nao trocar olhar mais nao tinha jeito, ele tava de um lado e eu tava de outro ate que quando Gabriel cantou : " o nosso amor deu deu, o que tinha que dar deu deu, teve que acabar meu deus", nossos olhares se esbarram e ficaram fixo um no outro, minha perna tremeu e fiz a fita ta tudo bem, me sinta a mulher mais feliz do mundo e no final da noite depois de mil piadinhas e brincadeiras da Maria saimos do Back de mãos dadas e quem nos conhecia nao entendeu nada. Romarinho deu grito que dizia " é voce nao tem jeito, ta apaixonadinho", nao lembro se foi ao certo isso, mas lembro do apaixonadinho no final da frase e ele me olhava de um jeito que parecia que tirava minha roupa so com os olhos, sentia que naquela noite a gente se desejava, a saudade era enorme e eu quis acreditar que o que a gente sentia era muito mais do que qualquer loira, qualquer boatozinho que fosse, afinal nossas fotos ainda estavam no seu album de orkut e com as mesmas discrições, a música de Paulinho que dizia " hoje eu quero apenas uma pausa de mil compassos pra ver as meninas e nada mais nos braço so esse amor assim descontraido" e a de Almir que dizia " lindas cenas de amores, ambos um tanto confusos, ao vivo e a cores, cinema mudo. Como se fosse um cinema fiz o papel principal, ela super star e o tema amor carnal, a trilha sonora e a voz ngm ouvia só que Deus se encontrava entra nós e nos dirigia apenas restos de olhares sem palavras " e o nosso desejo, o nosso carinho ainda eram os mesmo. Fomos pra casa da Maria e a noite foi otima, eu andava precisando sair do meu corpo e visitar outro corpo, era extremamente foda e insuportavel, mas eu precisava daquilo naquele momento, momento o qual nada me importava nada, nem a loira, nem o que ia acontecer no amanha, naquela noite fizemos ao nosso jeito e o nosso samba foi o infinito.